terça-feira, 27 de maio de 2014

Retomando o fio da meada... Só que não!

Olá pessoas.... Depois de um longo e tenebroso inverno (tudo bem que se passou o verão, o outono e a primavera quase inteira, mas abafa!!!!) estou voltando a escrever. ainda não sei qual vai ser a periodicidade (sou uma pessoa muuuuito ocupada... kkkk), mas vou voltar a perturbar vcs com as minhas historinhas e causos...

E como já de costume, a pessoa que vos fala, vai novamente fugir da ordem cronológica dos fatos e publicar um texto q escrevi sobre um momento especial vivido aqui... Espero q vcs gostem!!!!

PS: Eu sei q vcs estavam morrendo de saudades!!!!

O mar e o samba.
07 de Setembro, data deveras importante para o povo brasileiro. Independência, liberdade. Data que acabaria por perder um pouco o sentido para quem está fora do Brasil, uma vez que não podemos acompanhar os desfiles e aproveitar o "feriado". Eu disse acabaria. Mas aqui em Estocolmo isso não aconteceu. No ultimo ano celebramos a data no melhor estilo. Óbvio que não houve parada militar e feriado, mas comemoramos nossa independência da forma mais plena possível: EM ALTO MAR e comemorando nada mais, nada menos que os 20 anos do Bar Brasil (para saber mais sobre o Bar Brasil e seus eventos clique aqui), o maior representante da nossa cultura aqui em terras nórdicas. Foram 23 horas de pura diversão. Muito samba, funk, forró... tinha musica latina também, mas é claro que falo pela minha cultura e minhas raízes. Confesso que foram vários momentos de emoção. Dancei a valer ao som da Batucada, que me remeteu a lembranças de Olodum e os carnavais menoráveis da Bahia; Sambei como nunca ao som de uma verdadeira roda de samba; Desci até o chão no melhor estilo baile funk do Rio de Janeiro; chorei ao ouvir ao, hoje, saudoso Jair Rodrigues cantar "Tristeza, por favor vá embora..." Realmente naquele lugar, não havia espaço para a tristeza. A Alegria e a nossa brasilidade se faziam presentes em cada sorriso, em cada requebrada, em cada canção... Saudosismo? Claro! Não nego que, mesmo tendo a Suécia como meu segundo lar, em meu peito bate um coração verde e amarelo. Lembrei das noites de seresta onde meu avô cantava solto os versos da musica "Disparada", lembrei dos meus pais, das minhas raízes. Lembrei de quem eu realmente sou. Sou BRASILEIRA, apaixonada por seu país e sua cultura. Sou uma brazuca vivendo em terras gélidas, mas ainda com parte de seu coração batendo no compasso do tamborim. Durante 23 horas, me senti literalmente em casa. Senti que aquele barco era um pedacinho do Brasil. Era samba, suor e alegria, tendo o mar como testemunha. A sensação de bem estar tomou conta de mim, principalmente porque, ao final da jornada, fomos contemplados com o mais incrível por-do- sol que já presenciei. Doces recordações que guardarei em minha memoria. Obrigada Bar Brasil por me proporcionar esses momentos. Que venham outros aniversários, cruises, festas... Porque somos assim... longe ou perto somos BRASILEIROS e exalamos essa alegria de viver...


O mais perfeito por do sol

Mestre Jair Rodrigues

e a festa foi assim

pra sempre juntas!

momentos...

amigos

pagode no barco... kkkkk

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Daniela e o programa de tv

Queridos amigos, mais uma vez peço licença para alterar a ordem cronologica do meu blog (prometo que é a ultima vez, não vou deixar virar bagunça não!) para relatar uma experiência única e encantadora que vivi a algumas semanas atras.
Gente... EU APARECI NA TV!!!! Pois é... participei da gravação do programa "O MUNDO SEGUNDO OS BRASILEIROS", apresentado na TV Bandeirantes do Brasil, na edição que falava aqui de Estocolmo.
Por incrivel que pareça, consegui passar o dia todo de gravação sem chamar minha amada Gelolândia por seu apelidinho carinhoso, mas mesmo assim foi incrivel!
Conheci duas pessoinhas maravilhosas e sei que ganhei uma grande amiga. 
Pra mim, que nunca havia feito absolutamente nada em tv, era tudo novidade... câmera, microfone, olha pra cá, não olha pra lá... o vento tá nessa direção... Gente... só tenho q tirar o chapeu e parabenizar a produtora e o câmera, pq o trabalho é pesadissimo!
Confesso que me diverti demais! Dancei, cantei, paguei mico (novidadeeeeeeeeeeee), fiquei nervosa, chorei (outra novidadeeeeee), mas fiquei encantada com o resultado final. Fui bem melhor do que imaginei q iria!!!
Agradeço, do fundo do coração, a todos que participaram do programa por terem se doado e terem contribuido para um resultado tão maravilhoso.
Agora, pra quem não viu ainda... segue o link... Confiram o resultado!!!



Justificando a ausência

Queridos leitores (já estava com saudades de escrever isso).
Desculpem a minha ausencia. Muita coisa mudou nos ultimos meses. Novos desafios, trabalho (e coloca trabalho nisso), visitas, novas aventuras... Enfim, uma infinidade de coisas para contar.
Por isso, vou aproveitar as férias (merecidas, por sinal) para tentar atualizar o blog. 
Aguardem q já, já tem post novo!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

E as crianças vão a escola - Parte 2

Pois bem, o Tato já estava estudando, se adaptando aos novos desafios e tal e coisa e coisa e tal, mas o Sr. Bielzinho continuava sem ter escola. A diretora fashion das meias coloridas havia nos dado o contato de algumas escolas que ficavam perto do nosso apartamento. Entramos em contato com todas. Uma delas, a que ficava mais longe, claro, nos respondeu falando que, por ser uma escola recém inaugurada ainda tinham vaga. Quase soltei fogos!!!! Conseguir vaga no Dagis aqui pode levar meses!!!! A diretora, uma moça chamada Erika, marcou um horário para que fossemos lá para conhecer a escola e acertar a matricula.

E lá fomos nós... Chegamos no local... o número indicado era o 27, mas.... CADÊ O NÚMERO 27?? Pois bem meus amigos, as ruas aqui seguem a numeração mais esquizofrênica do mundo, mas isso é assunto pra outro dia. Voltemos aos fatos! Já estranhamos ao chegar no endereço, pois não achamos nada que ao menos se parecesse com uma escola. Era um condomínio residencial!!! E pra ajudar existia um prédio com o número 25, uma passagem enorme que dava para um jardim lindo (e com uma tonelada de neve) e para um parquinho e um prédio com o número 29. Existiam nessa passagem algumas lixeiras. Juro que cheguei a pensar que a escola ficava em um esconderijo, tipo a plataforma 9 3/4 do Expresso de Hogwarts do Harry Potter (caso alguém nunca tenha ouvido falar nisso clique aqui). E lá vamos nós procurar a dita cuja da escola. Andamos aquele jardim com neve quase na altura do joelho morro acima, depois morro abaixo, de um lado, do outro e nada. Já estava achando que era pegadinha do Mallandro (yeah, yeah, glu, glu, Sassi Fufu). Enfim, desistimos! 

Vocês devem estar se perguntando: por que esses pangarés não telefonaram pra escola?? SIM, nós telefonamos, mas ninguém atendia!! Quando estávamos quase chegando em casa de volta, a diretora ligou, se desculpando 1000 vezes, por não ter atendido o telefone. Explicamos que não havíamos encontrado o local e agendamos um novo horário para o dia seguinte.

E lá fomos nós para a plataforma 9 3/4 novamente. Dessa vez, descobrimos que aquele parquinho que eu mencionei ali em cima, nada mais era do que o parquinho da escola, que por sua vez ficava embaixo do prédio de número 29 (mas a escola tinha o número 27!!!!). Mais uma pra conta das mancadas dos caipiras. Aqui na Gelolândia é extremamente comum escolas infantis serem instaladas no térreo de prédios residenciais. Vivendo e aprendendo! kkkk

Fomos recebidos pela diretora Erika, uma moça na casa dos seus 27, 28 anos, muito gente boa. Nos mostrou a escola (que por sinal era bem pequena - 2 classes, uma para alunos de 1 ano e meio a 3 anos e outra de alunos de 3 anos e 1 mês a 5 anos. Cada classe tinha uns 15 alunos e 3 professores. A escola tinha refeitório, biblioteca, ateliê, sala de fantasias, mini laboratório e o famigerado parquinho). Nos deu os papéis e nos apresentou as professoras que cuidavam da classe em que o caipirinha mirim ficaria. Como eu disse, eram 3: Pia (sei que vocês estão rindo do nome... EU TAMBÉM RI!), uma senhora na casa dos seus 60 anos, alta magra e muuuuuito engraçada; Monica, uma senhora na casa dos seus 50 anos toda sorridente e a Sarah, uma moça linda, na casa dos seus 30 anos super doce e meiga. Na hora o Biel já curtiu as professoras. Ficamos uma semana acompanhando a adaptação dele (sim pessoas, ficamos eu e o marido - ele nos dois primeiros dias e eu em todos - sentados em uma cadeirinha própria para crianças, todos os dias das 9 as 16hs, durante uma semana sem fazer absolutamente nada!), lá vimos como era a dinâmica, quantas refeições eles tinham por dia (lanche da manhã com fruta, almoço e café da tarde - a criançadinha comia até!!! kkk) e tudo mais.

O Biel amou a escola, conseguiu fazer amigos com facilidade e se adaptou muito bem. Graças a Deus, pra melhorar mais as coisas, apareceu uma professora finlandesa chamada Riika (com dois is mesmo) que falava PORTUGUÊS!!! Mas isso e as minhas aventuras no Jardim da Infância são assuntos para um próximo post...

  
Escola da plataforma 9 3/4 também conhecida como Kista Gårds Förskola

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

E as crianças vão a escola!!!! Parte 1

"A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática."
Paulo Freire 

Amadinhos, pois bem... Já havíamos chegado, feito compras, brincado na neve, assustado com o escuro, dentre outras coisas legais. Mas a vida tinha que começar, afinal de contas isso não é uma viagem de ferias, né? Os meninos precisavam ir pra escola! Você pode estar se perguntando: Por que essa doida está tão preocupada com escola??? É janeiro, mês de férias escolares! Pois bem... Aqui não é assim. Janeiro é mês letivo aqui. Existe apenas um recesso entre o Natal e Ano Novo, nada mais. Férias mesmo é só no meio do ano (O ano letivo aqui vai de agosto a junho e não de fevereiro a dezembro como ai no Brasil). O ano letivo estava a todo vapor e MEUS FILHOS PRECISAVAM ESTUDAR!

Antes de me aventurar, já tinha pesquisado algumas coisas acerca do sistema de educação daqui. Sabia que a educação aqui é obrigatória a partir dos 7 anos. Que toda criança tem direito a uma vaga na escola. Que as escolas, em sua maioria são públicas e de qualidade, mas não sabia como seria tudo isso na pratica.

Ficava me questionando: Como vai ser??? Meus filhos vão se adaptar??? Vão fazer amigos??? Como eles vão entender a matéria, se a aula é dada nessa língua esquisita e morfética??? Eles vão ficar bem??? Confesso que estava em pânico! Mas tínhamos que enfrentar. Comecei a pesquisar escolas perto da nossa "casa provisória". Achei duas. Mandamos e-mail para ambas. Fomos prontamente atendidos pela mais próxima. A diretora foi que respondeu. Disse que a vaga do Tato estava garantida, mas que ela ainda não poderia matricular o Biel lá. Disse que ele teria que ir para o Dagis (pre escola daqui) e que talvez precisássemos entrar numa fila de espera. Já marcou uma reunião conosco para  2 dias depois, afim de nos apresentar a escola e efetivar a matricula.

E lá vamos nós, no dia marcado, conhecer a dita cuja escola. Primeiro eu fiquei assustada... Como isso pode ser uma escola??? Cade os muros??? Por que todas as salas de aula tem uma porta que dá para o Pátio??? Por que QUALQUER PESSOA circula pelas dependências externas da escola sem nenhum problema? Essas crianças estão ai todas soltas... Quem garante que elas não vão simplesmente matar aula??? Era tudo tão diferente... A caipira aqui estava chocada com tamanha modernidade!

Fomos atendidas pela vice-diretora. Ann-Katrinn. Uma senhora na casa dos seus 60 anos, super descolada! Ela estava vestindo saia preta, blusa, casaquinho, meia calça e bolsinha LARANJA. Super curti e gostei dela logo de cara! Ela nos explicou tudo em inglês. Explicou como funcionava o sistema educacional na suécia, explicou sobre como seria a aplicação de tudo isso para o Tato, que não sabia ainda falar nem sueco, nem inglês, nos explicou sobre o ensino da língua mãe (sim, o governo sueco oferece a toda criança estrangeira ou de origem estrangeira um professor de língua mãe, no caso, o nosso bom e velho português - IGUALZINHO NA TERRINHA!!! KKKK - Saiba mais sobre tudo isso AQUI), preenchemos e assinamos um monte de papeis e voltamos pra casa, com a promessa de que ela nos contactaria assim que ele pudesse começar a frequentar as aulas.

Dois dias depois, recebemos um email da nossa diretora das meias coloridas agendando outra reunião para que nós e o Tato pudéssemos conhecer e conversar com as professoras e com toda a equipe pedagógica da escola. Disse também que, para facilitar para a gente, ela havia solicitado um interprete. Interprete??? Como assim???Pois é meu povo e minha pova, aqui, por não falarmos ainda essa língua dos infernos, temos direito a solicitar interprete "de grátis" para nos acompanhar em órgãos públicos, escolas, médico... Confesso que super gosto disso, mas fiquei bem surpresa quando soube de mais essa "facilidade fornecida pelo governo gelolandês". No dia marcado, lá fomos nós pra escola. Família buscapé completinha! Fiquei até encabulada! Estavam na sala a nossa espera a Ann-Katrinn (usando meia calça roxa dessa vez), a Kristiina (com dois is mesmo) que seria a professora titular do Tato; a Mariana que seria a professora de Educação Física (que eles fazem num ginásio modernéééérimo que fica do lado da escola); a Suvi, que seria a professora especial para ensino de língua sueca, o interprete, um português engraçado que já morou no Brasil e a Anette, a enfermeira da escola. Sim, enfermeira... Mas minhas aventuras com ela e sua função na escola e na saúde infantil como um todo serão narradas num outro post.

Conversaram bastante conosco, principalmente com o Tato. Aqui a criança é ouvida, por vezes até demais (vai ter post sobre isso também). Perguntaram pra ele do que ele gostava e não gostava na escola; em qual matéria ele se dava melhor; que esporte ele gostava de praticar... Tentaram nos deixar bem tranquilos com relação ao aprendizado deles, uma vez que eles estavam habituados a lidar com crianças estrangeiras. Deram pra ele uma pequena avaliação de escrita e matemática e nos levaram pra conhecer a sala em que ele iria estudar. Ele, apesar de ter idade para cursar a 3. série, ficaria, primeiramente, numa sala mista. Dependendo de seu desempenho, ele seguiria a turma de sua idade. Chegamos na sala...gente... foi impressionante e EMOCIONANTE ver como as crianças reagiram ao ver o Tato na sala. Já estava tudo organizado pra chegada dele! Ele já tinha uma carteira com nome dele e onde já estavam guardados todos os seus materiais. E as crianças haviam feito um cartão de boas vindas pra ele. Esse cartão era, nada menos que A BANDEIRA DO BRASIL, onde todos assinaram e deixaram uma mensagem de boas vindas. Entregaram também uma foto oficial da sala, também com mensagens de boas vindas. Respirei aliviada ao ver o sorriso no rosto dele. As crianças se aproximaram, queriam ele por perto. Foram muito receptivas! Ele estava feliz e relaxou. 

Fui pra casa leve, pois meu coração de mãe sabia que ele iria ficar bem. E quanto a comunicação dele... ele, logo nos primeiros momentos fez amizade com um menino... Um colombiano que o ajudava na comunicação. Ele estava seguro... Ia ficar tudo bem...

O Tato estava arranjado... Ainda faltava o Biel... (continua...)


Igelbacksskolan


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Enfim, a neve!!!!

"A neve (originada do termo latino nix ou nivis) é uma ocorrência meteorológica que consiste na precipitação de flocos formados por cristais de gelo. Cada floco de neve é composto por água congelada em uma forma cristalina que, devido à sua grande capacidade de refletir a luz, adquire aparência translúcida e coloração branca. A precipitação desses flocos ocorre com frequência nas zonas de médias e elevadas latitudes do do planeta Terra, uma vez que consistem em regiões de clima frio e temperado. Também não é incomum sua ocorrência nos pontos mais elevados do planeta, caso das nevadas registradas em algumas formações montanhosas e planaltos serranos"
*fonte - Wikipédia

Queridos leitores, enfim aconteceu!!!! Já estávamos a praticamente 10 dias perdidos na gelolândia e nada dela aparecer!!!! Aonde estaria o mundo branquinho que eu idealizei??? Cadê o boneco, o anjinho e a guerra de bolinhas de neve que tanto queríamos fazer??? Estava frustada! Um frio de lascar e nada dos floquinhos brancos aparecerem... 

Era sábado, acordamos pela manhã e lá estava ela, linda, branca, fofinha... Caia aos montes do céu... Juro que me emocionei! E não precisam rir da minha cara não, tá??? O mais perto que eu já tinha chegado de neve eram os algodões que eu colocava na arvore de natal ou a fantasia de boneco de neve que eu usei uma vez numa apresentação de balé (feita toda de espuma, para uma apresentação em pelo mês de dezembro - Ainda bem que as fotos ficaram na minha mãe... Quase que impublicáveis! kkkkkk). Era lindo de se ver... NEVE! Me senti naqueles filmes que sempre passam na época de natal. Queríamos sair para brincar. Queríamos ver a neve de pertinho! Tomamos café e lá fomos nós, os 4 patetas, pra fora do prédio. O apartamento em que morávamos dava fundos para uma espécie de parque, com um pequeno bosque. E lá fomos nós. Confesso que achei estranho quando andei na neve a primeira vez. Ela estava alta, meus pés afundavam, mas estava feliz, me sentia uma criança!

Nem preciso mencionar a alegria dos meninos. Ou melhor, preciso sim!!! Eles saíram correndo, deitaram, rolaram, fizeram anjinho, jogavam neve um no outro. Tenho a impressão de ter visto o Biel colocando neve na boca, mas ele é criança, então tá valendo! rs.

Ficamos um bom tempo ali, brincando. Fazer guerrinha de neve é legal pacas!!! Ver o marido tomando um capote quando ia me jogar uma bolona de neve na trairagem, melhor ainda! (Não se preocupem, ele não se machucou, mas se tivéssemos filmado daria uma ótima vídeo cacetada!).

Foi um dia diferente, divertido... Nosso primeiro contato com a neve realmente foi emocionante e vai ficar na história... 

Tive alguns outros contatos interessantes e cômicos com a neve, mas isso é uma outra histórias....

                                               
                                                     A abominável pegada das neves                            


                                             Não, a foto não está manchada... É neve mesmo!


                                                                    Snow Angel


                                                                     Guerra!!!!


                                                     Você não me acerta!!!!!! kkkkk


                                       
                                        Sim, essa "pequena" bola voou na cabeça do Biel!



                                                                         Frio!!!!!!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dani em: A Escuridão

Bättre tända ett ljus än förbanna mörkret / É melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão - Ditado Sueco

Pois é queridos leitores, vamos falar dela: Da escuridão.

Eu já havia mencionado nos primeiros posts sobre o susto que eu tomei, ao chegar aqui e me deparar com céu escuro as 16:00. Pois é... se vivenciar a primeira vez é difícil, imaginem só como é se acostumar com isso.

Logo nos primeiros dias percebi que não era só o dia que acabava mais cedo, a noite também custava a acabar!

A Suécia está muito próxima do Círculo Polar Ártico, por isso, a partir da segunda metade do outono até o início do inverno a quantidade de luz solar emitida diariamente vai sendo reduzida gradativamente, até o solstício de inverno, que é o dia do ano com a menor quantidade de luz. Na prática, posso dizer que é horrível se adaptar e conviver com essa escuridão  O sol começa a nascer às 8 da manhã e começa a se por mais ou menos às 15 horas. Às 16:30 já estamos numa escuridão total.

Ai começam as trapalhadas... Já acordei as 8 da manhã, atrasada claro, pensando que ainda eram 6. Já comecei a fazer o jantar as 15:30, num desespero tamanho achando que já eram mais de 19hs. Já briguei com os meninos as 19hs pra que eles fossem pra cama, achando que já passavam das 22hs... Enfim... eu já quase não sou atrapalhada, agora sem conseguir distinguir o dia da noite então... Confesso que os primeiros dias foram bem caóticos. Me perdia no tempo e no espaço direto! Então tive que apelar. Usava despertador pra tudo! Pra acordar, pra fazer almoço, buscar as crianças na escola, banho, fazer jantar, dormir, TUDO! Era um saco! Mas fazer o que? era o único jeito eficaz de AMENIZAR as minhas perdidas de hora e atrasos sem fim. Aqui, o povo é muito pontual... Está ai mais uma coisa com a qual eu tenho que me adaptar... 

Meu relógio biológico, nos primeiros dias se recusou terminantemente a aceitar esse papo de escuridão. Mais ou menos às 19:00 nós já estava podre da silva. Imagine só como não deve ser no norte da Suécia (nós estamos no Centro Sul), aonde eles tem ainda menos luz e podem passar alguns dias do ano na escuridão total??? Que dó! Que dó!

Devido a esse breu que se instala por aqui, os médicos e especialistas recomendam que as pessoas, tomem vitamina D, para repor essa defasagem de nutrientes que são adquiridos naturalmente com a luz do sol.  Essa vitamina eh recomendada para pessoas que tem pouca exposição ao sol e tem tido sintomas como fadiga,desanimo, cansaço e depressão. Depressão... esse babado é meio tenso por aqui. Reza a lenda que a taxa de suicídios aqui cresce durante o 
período de escuridão. Seria isso lenda urbana??  Sei não... 

Claro que nunca tomei essas vitaminas! Se eu não consigo lembrar de tomar meu polivitaminico que, tecnicamente eu deveria tomar todos os dias por todo o resto da minha existência, imagina lembrar de tomar vitamina D!

Mas tirando o cansaço chatinho dos primeiros dias... Curto a escuridão.. Acendo velas.. canto e danço pra espantar a uruca e decididamente descobri que durmo muto melhor do que no período de claridade (ahhhhhh o verão e seu caso de amor com minha insônia).

A escuridão, no começo realmente assusta, mas hoje posso dizer que PERDI O MEU MEDO DO ESCURO!

Estocolmo as 8 da manhã no período da escuridão

Estocolmo as 15:45 no período da escuridão