quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A Viagem - Parte 2

Despedidas feitas. Chororô amenizado, bora embarcar. Tipo, saí de casa com vários planos de fazer comprinhas no meu querido Duty Free, mas como boa brasileira que sou, obviamente que estava atrasada. Com meus planos consumistas desfeitos, me restou apenas carregar toda aquela tralha correndo para dentro do avião.

Pensem: Eu nunca havia viajado para fora do país, portanto, jamais tinha entrado num avião tão grande. Era um mundo de gente. E como somos mega sortudos, tivemos que atravessar o avião inteiro com duas crianças e uma tonelada de bagagem de mão, pois nossos assentos eram praticamente os últimos.

Ai começa a confusão. Nos acomodamos nos nossos lugares felizes da vida. Reparei que, apesar do avião ter como destino a Alemanha (fizemos conexão em Frankfurt), praticamente metade dos passageiros da classe econômica era composta por mulheres chinesas.

Na fila logo a frente da nossa tinham 3 chinesas, cada qual com um chinesinho de colo e no banco bem a minha frente um alemão. Uma chinesa sentada a umas 5 filas para frente e que deveria ser amigas das 3 mencionadas acima, solicitou ao alemão troca de lugar (só pra esclarecer, fiquei com dó das comissárias. A chinaiada não falava nada além do que CHINÊS e as coitadas tinhas que se desdobrar para entender o que elas queriam) e o mesmo não quis. Logo pensei comigo: dou duas horas pra ele se arrepender. Dito e feito! Coitado do moço! Aquela deve ter sido uma experiencia aterrorizante pra ele!  Os bebes choravam demais!

Enfim o avião decolou. Bye, bye Brasil!

Mas não pense que acaba aqui... esqueceu que foram 15 horas de voo? 

Estávamos felizes e contentes. Os chinesinhos tinham calado a boca, estava tudo calmo e IAM SERVIR O JANTAR! o Biel já estava me atormentando dizendo que estava com fome. Como nossos assentos eram um dos últimos, seriamos os primeiros a serem servidos (Os últimos serão os primeiros! kkkkk).  Mas como alegria de pobre dura pouco, logo que colocaram aquele pratinho na nossa frente o avião começou a chacoalhar. Pensa numa turbulência da brava! Daquelas que você sente que está numa montanha russa que desce desgovernadamente por uma estrada completamente esburacada. Pois é, foi mais ou menos por ai. Me senti um polvo tendo que segurar minha comida e bebida, a comida e a bebida do Biel, que estava ao meu lado, me segurar na poltrona e segurar o Biel. Tudo ao mesmo tempo! Foram 10 segundos, no máximo, mas foram os 10 segundos mais longos da minha vida. 

A Chinesada gritou demais! o Biel também. Juro que eu achei que fosse de medo, mas não... Logo que acabou tudo ele gritou : DE NOVO! DE NOVO! DE NOVO!

O resto do voo transcorreu na mais completa paz. O avião pousou. Tivemos que esperar um século para desembarcar (nesse ponto os últimos sempre serão os últimos!). Confesso que tive a visão do inferno quando me levantei. As chinesas da minha frente tinham patrocinado uma verdadeira devastação da boa higiene. Fraldas sujas no chão, restos de comida espalhada. Um verdadeiro lixão. Pensei no Alemão. Que dó!

Desembarcamos e fomos rumo a nossa conexão. Por algum motivo que não consigo entender qual, até hoje, achamos que estávamos atrasados. Saímos correndo  mais uma vez, com aquele mundo de malas para chegar a tempo no nosso portão de embarque. Chegamos... com 2 horas de antecedência. Mais uma vez... Bye, bye planos consumistas! Bye, bye Duty Free!

Pegamos nosso voo e literalmente apagamos. Os 4! Quando acordamos já estávamos numa paisagem completamente diferente de tudo aquilo que conhecíamos. Vimos neve, pela primeira vez! Sim... Tínhamos chegado ao nosso destino. ESTÁVAMOS NA SUÉCIA!

                                                                   O Avião

                                                              Os Retirantes

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